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As 10 Tendências do Web Summit Rio 2025 que nenhuma empresa deve ignorar

1 de maio de 2025

O Rio de Janeiro se tornou, mais uma vez, o centro global da inovação ao sediar o Web Summit Rio 2025. Realizado entre os dias 27 e 30 de abril no Riocentro, o evento reuniu mais de 34 mil participantes entre empreendedores, investidores, executivos de grandes empresas e entusiastas da tecnologia. Com isso, consolidou-se como a principal conferência de tecnologia do mundo em solo sul-americano.

O Web Summit Rio 2025 refletiu não apenas o dinamismo do ecossistema brasileiro, mas também a crescente relevância da América Latina no cenário global de inovação. Mais do que uma conferência, o evento foi uma vitrine do futuro: um espaço para entender os rumos da tecnologia, seus impactos nos negócios, nas carreiras e na sociedade.

A follow55 no Web Summit Rio 2025

Priscilla Jacovani, Victor Odo e Felipe Marcos sócios da follow55 no Web Summit Rio 2025

A participação da follow55 foi mais do que institucional. Trabalhar com tecnologia exige atualização constante, e estar presente em eventos como esse é uma premissa para quem é apaixonado por inovação e acredita no poder da tecnologia para transformar negócios. Acompanhamos de perto as palestras e trocas mais relevantes, absorvendo insights que reforçam nosso propósito.

A seguir, compartilhamos 10 aprendizados e tendências que marcaram nossa experiência no evento:

1. Transformação Digital e Inovação

A transformação digital não é mais uma escolha, é uma necessidade. Esse foi o tom de diversas palestras no Web Summit Rio 2025. Executivos da SAP e da Natura destacaram que a capacidade de adaptação, a velocidade na tomada de decisão e a cultura de inovação são o novo padrão para empresas que desejam crescer.

A mensagem central foi clara: mesmo pequenas e médias empresas podem, e devem, adotar processos mais ágeis, digitalizar fluxos internos e usar dados com inteligência. A transformação não precisa começar com grandes investimentos, mas com uma mentalidade aberta para eliminar o que não funciona e testar o que pode gerar impacto.

A inovação, segundo painéis liderados por representantes da Ambev Tech e iFood, está cada vez mais ligada à experimentação constante, e não a projetos fechados e longos. As empresas que aprendem mais rápido são as que vencem.

Dados da Accenture revelaram que empresas com maturidade digital avançada crescem até 5 vezes mais rápido que as demais. Além disso, 65% das organizações que implementaram estratégias digitais integradas relataram aumento direto na receita em até dois dígitos.

Outro ponto recorrente nos painéis foi o conceito de “empresa adaptativa”, organizações que constroem modelos operacionais capazes de mudar em ciclos curtos, de forma contínua.

Em resumo, inovação hoje significa integrar pessoas, dados e tecnologia de maneira estratégica e fluida. O cenário será de quem transforma com foco e consistência.

2. UX e IA: Design Centrado no Futuro

A convergência entre Inteligência Artificial (IA) e design de experiência foi um dos temas centrais das discussões estratégicas do evento. A palestra “AI & UX: Designing for the New Era”, apresentada por Karina Tronkos, mostrou como a IA pode ser aliada da criatividade e da empatia.

Ferramentas de análise comportamental, personalização em tempo real e prototipagem com IA estão mudando a forma como designers atuam. A discussão foi além da eficiência: falou-se sobre como criar interfaces mais humanas, responsivas e conectadas às emoções do usuário.

Além disso, executivos da Adobe e Figma trouxeram cases sobre design responsivo com IA generativa, e como times criativos estão economizando tempo com automações para se dedicar à inovação de verdade.

Um dado relevante apresentado pela Adobe é que designers que usam IA em fluxos criativos economizam em média 37% do tempo em tarefas operacionais. Já o Figma destacou que projetos com testes de usabilidade assistidos por IA tiveram aumento de 26% na taxa de conversão em produtos digitais.

3. Inteligência Artificial em alta: Automação e Produtividade

A IA foi o tema transversal do Web Summit 2025. Ela esteve presente em praticamente todos os palcos, desde as discussões sobre automação e produtividade até os dilemas éticos e de governança.

Priscyla Laham, presidente da Microsoft Brasil, disse em sua palestra: “Os profissionais não serão substituídos pela IA, mas por outros profissionais que souberem usá-la com inteligência.” Já Márcio Aguiar, diretor da Nvidia, reforçou que estamos apenas no início do ponto de inflexão da IA, e que ainda temos muito a aprender. (E concordamos muito com isso!)

Os painéis destacaram como a IA está ampliando a criatividade humana, acelerando fluxos de trabalho e oferecendo novas oportunidades de atuação para profissionais de todas as áreas. O conceito de “copilot” se firmou como um modelo de colaboração entre humanos e máquinas.

Segundo levantamento da McKinsey, 70% das empresas que adotaram IA generativa nos últimos 12 meses relataram ganhos significativos em produtividade. E mais: 28% delas já conseguiram reduzir custos operacionais em escala com automação baseada em IA.

4. Deep Tech e o valor das inovações de base científica

Além do buzz em torno de IA generativa, uma pauta menos popular, mas igualmente importante, dominou os bastidores do evento: as deep techs. Empresas como Imaginable Futures, BNDES e Endeavor destacaram como o Brasil pode liderar inovações em áreas como energia, biotecnologia, computação quântica e novos materiais.

Painéis liderados por universidades e investidores mostraram que há um esforço global para aproximar ciência e mercado. A fala de Hugo Rocha, da UFRJ, sintetizou o espírito do debate:

“Não basta ser disruptivo, é preciso ser relevante para a sociedade.”

A aposta em deep techs é, para muitos, o próximo ciclo de inovação de impacto. O desafio? Fomentar políticas públicas e pontes entre academia, fundos e empresas.

5. Ética e Responsabilidade no Uso da IA

O crescimento da IA levantou alertas sobre ética, privacidade e regulação. Em vários painéis, o tema foi tratado com seriedade, e a necessidade de frameworks claros foi uma constante.

Justina Nixon-Saintil, diretora de impacto da IBM, foi categórica: “Não podemos empurrar a responsabilidade para as máquinas. São os humanos que tomam decisões e devem ser responsabilizados por elas.”

Discutiu-se desde o viés algorítmico até a necessidade de IA auditável, com foco em transparência, explicabilidade e proteção de dados. A conclusão geral foi: as empresas que se posicionarem com responsabilidade terão uma vantagem competitiva duradoura.

6. Criatividade Aumentada por Tecnologia

Muito se falou sobre como a IA está eliminando tarefas operacionais e abrindo espaço para a criatividade. Mas o Web Summit Rio 2025 foi além: mostrou como as ferramentas estão ampliando a capacidade criativa das equipes.

Empresas como Canva, Adobe e Runway apresentaram como times de design e conteúdo estão usando IA para gerar versões, testar campanhas, montar protótipos e até roteiros. A frase de um painel sobre design foi precisa: “A IA não é um atalho para a criatividade. É uma alavanca.”

Essa fusão entre humano e máquina está moldando uma nova geração de profissionais criativos, mais estratégicos e rápidos.

7. Redes Sociais como Plataformas de Diálogo, Busca e Conversão

Influência virou comunidade. Essa foi a principal mensagem dos painéis sobre redes sociais. Criadores especialistas, microinfluenciadores e marcas que constroem conversas reais dominaram a programação.

A palestra de Rodrigo Dantas (RD Station) destacou que o jogo das redes sociais mudou: “Quem constrói diálogo ganha. Quem só empurra conteúdo perde relevância.”

O foco agora está em conteúdo útil, formatos nativos, e consistência de relacionamento. Plataformas como TikTok, LinkedIn e YouTube foram citadas como essenciais, mas o diferencial está no que se entrega, não onde se posta.

Durante o evento, o TikTok anunciou o lançamento do recurso Search Ads no Brasil, permitindo que marcas e criadores promovam seus vídeos diretamente nos resultados de busca da plataforma. Essa novidade reforça o TikTok como uma ferramenta de descoberta e publicidade, transformando a busca na plataforma em um ambiente de conversão publicitária.

8. SEO e Intenção de Busca

Com o avanço da IA, o conteúdo ficou mais acessível e mais saturado. Especialistas do Google e da SemRush discutiram como o SEO evoluiu para além de palavras-chave.

Hoje, o foco está em intenção de busca, ou seja, entender o que o usuário realmente quer encontrar ao digitar uma palavra-chave. Também ganhou destaque a experiência do usuário, como tempo de permanência, leitura completa e interações com a página. Por fim, a autoridade digital passou a ser medida por backlinks, engajamento e a confiabilidade do conteúdo.

Nesse cenário, o conceito de EEAT – Expertise, Experience, Authority, Trustworthiness (especialização, experiência, autoridade e confiabilidade) se tornou um dos critérios mais relevantes para ranqueamento. Isso significa que, para ter visibilidade no Google, o conteúdo precisa ser produzido por fontes confiáveis, com experiência no tema, demonstrando autoridade e entregando valor real ao leitor.

Essa mudança empurra as marcas a priorizarem qualidade sobre volume e a investirem em conteúdos úteis, profundos e autênticos.

Além disso, o impacto de conteúdos interativos, vídeos curtos e até respostas por IA nos mecanismos de busca fez surgir a necessidade de estratégias de conteúdo mais humanas, úteis e com profundidade real.

9. Agentes Autônomos de IA

A Nvidia apresentou um dos painéis mais futuristas do evento ao falar sobre agentes autônomos de IA. São modelos capazes de executar tarefas de forma independente, interagindo com sistemas, tomando decisões e aprendendo com o tempo.

Esses agentes, como os copilotos da Microsoft, o ChatGPT com memória, e plataformas como Groq, estão sendo treinados para atuar como assistentes digitais em operações de marketing, atendimento, logística e vendas. Mais do que bots ou fluxos programados, os agentes autônomos representam uma nova camada de inteligência que aprende continuamente e age com base em contexto.

Grandes empresas estão começando a desenvolver agentes personalizados, aplicados internamente em tarefas como onboarding de novos colaboradores, triagem de leads, análise de dados em tempo real e até comunicação entre departamentos. O painel com executivos da Groq e da Nvidia destacou a importância de arquiteturas com baixo tempo de resposta, alta segurança e integração com fontes de dados confiáveis.

O impacto é profundo: menos tarefas manuais, mais tempo estratégico. O alerta feito foi claro: quem aprender a trabalhar com esses agentes, será promovido. O futuro das operações passa por essa camada invisível de automação com autonomia.

10. O que as empresas estão realmente buscando em 2025

Em meio a tanta tecnologia, o que mais apareceu nas falas de executivos foi uma demanda humana: clareza. Empresas querem soluções que resolvam, simplifiquem e tragam impacto real.

O hype já não é suficiente. O discurso que encantou nos últimos anos agora precisa ser provado com ROI, eficiência e estratégia. As empresas querem parceiros que traduzam inovação em resultado.

Ficou evidente que o futuro será das marcas que entregam com consistência, têm coragem para experimentar e humildade para ouvir o mercado.

E aí, o que fica depois do Web Summit Rio 2025?

Mais do que uma vitrine de tecnologia, o Web Summit Rio 2025 foi um espaço de trocas profundas sobre o presente e o futuro da inovação. O que vimos ali, nas palestras, nas conversas paralelas e nos estandes, é que o mundo está menos interessado em promessas vazias e mais preocupado com aplicações reais, práticas e humanas da tecnologia.

A inteligência artificial continuará a ser protagonista. Mas o que realmente diferencia empresas e profissionais é a capacidade de interpretar essas mudanças com visão crítica, ética e ação estratégica.

Na follow55, voltamos do evento com a certeza de que nosso papel vai além de acompanhar tendências: queremos ser ponte entre ideias e impacto. E é com esse olhar que seguimos em movimento!

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